A CONTADORA DE ESTÓRIAS
Me vi no futuro,
velha e só
a viver de lembranças,
tingindo cores
em dias sem tons
sem sons,
em cinzas que se fizeram dias.
Me vi velha e contando estórias
a inexperientes jovens ouvidos.
Trazendo brilhos das cores
dos meus sonhos
a outros olhos, a outras mentes.
Nas urdiduras dos meus contos
fiz da minha outras vidas.
As vidas que sonhei e não vivi
porque me ataram as obrigações,
porque vivi em trabalhos,
porque “mala suerte”
pôs sua mão sobre mim.
E me vi no futuro,
poeta a cantar personagens
que me procuram noite e dia
querendo mais.
Fantasmas, mágicos!
Felizes com as estórias
de seus amores,
de seus amores,
agora já “vivem” por aí...
Tem vida! A vida que não vivi
(não decante o “me vi”, licença poética...)