QUASE...
Rosemary Amabile
Quis te possuir, desejei
e busquei, malfadada empreita,
Seduzir-te, enredar-te em meu destino.
E te vi impassível e frio,
surdo aos meus explícitos apelos.
E já desguarnecida para mais luta
alijei o que de ti se entranhava
em minhas fibras.
em minhas fibras.
E fiquei assim também, como tu,
protegida e protetora,
na simpática e glacial
atenção às tuas síndromes.
atenção às tuas síndromes.
Vejo-te claro agora, assim como tu és.
Ah! paixão de quase nada,
que “quase” começou a me cegar.
Narcótico da mesmice, a paixão,
doce alucinação.
Ficas-te sem trono no reino de mim mesma,
nas plagas amplas
em que minh’alma cavalga,
em que minh’alma cavalga,
onde a vontade, qual corcel indômito,
lança o olhar ao longe no horizonte,
do infinito de minha mente.
Essa vontade cria...
imagens, músicas, estórias.
Cria palavras...
Cria felicidade, cria ilusão.