domingo, 18 de outubro de 2009

Quase...



QUASE...  

  Rosemary Amabile

 









  


  Me agradei de ti, da tua expressão.
  Quis te possuir, desejei
  e busquei, malfadada empreita,
  Seduzir-te, enredar-te em meu destino.

  E te vi impassível e frio,
  surdo aos meus explícitos apelos.
  E já desguarnecida para mais luta
  alijei o que de ti se entranhava 
  em minhas fibras.
  
  E fiquei assim também, como tu, 
  protegida e  protetora,
  na simpática e glacial 
  atenção às tuas síndromes.
  Vejo-te claro agora, assim como tu és.

  Ah! paixão de quase nada,
  que “quase” começou a me cegar.
  Narcótico da mesmice, a paixão,
  doce alucinação.

  Ficas-te sem trono no reino de mim mesma,
  nas plagas amplas 
  em que minh’alma cavalga,
  onde a vontade, qual corcel indômito,
  lança o olhar ao longe no horizonte,
  do infinito de minha mente.

  Essa vontade cria...
  imagens, músicas, estórias.
  Cria palavras...
  Cria felicidade, cria ilusão.


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