quinta-feira, 4 de março de 2010

Floresta cigana

-->



Sonhei esta também...





FLORESTA CIGANA  


Rosemary Amabile
                                         
 Dançamos alegres, meu povo e eu,
 em festa cigana na noite estrelada.
 Luminosa fogueira desenhando chamas
  ao ritmo crepitante de violinos e risadas.
  As carroças em anel à nossa volta,
  guardando mistérios de alcova
  atrás de belos véus.
  Aromas de doces pratos,
  de vinhos, e vindos pelo vento
  fragrâncias exaladas de flores de jasmins
  e damas-da-noite perfumosas 
  qual nossas mulheres.

  Minha amada baila e gira maliciosa
  as saias sedosas e seus panos,
  brande os quadris 
  como um desafio de espada.
  O arfar dos seios a provocar 
  a cobiça do toque,
  incita o desejo nas mentes dos homens.

  Ah! minha cigana abusa provocante 
  dos arpejos do corpo
  no calor da dança cigana.
  Arrasta olhos invasores
  para os contornos do decote,
  a desvendar as formas 
  querendo mãos, sob os tecidos.

  - Incendiei teus olhos, meu rei cigano,
  o fogo que eu queria nesses negros olhos!
  Convidei-te com o olhar à minha busca,
  a correr pela floresta branca de luz da Lua.

  Os sussurros do meu nome, 
  nos teus lábios me estacaram.
  E mãos, as tuas se puseram em mim,
  trazendo-me pela cintura à tua boca.
  Sedentos de beijos sem fim 
  nos fizemos enamorados loucos.
  O desejo vencendo as saias, 
  vencendo a rudeza do chão
  te fizeste homem em mim, 
  quase animal, quase anjo,
  tua virilidade qual chibata, 
  a ordenar meu querer, 
  e Rainha Cigana, por desejar escrava sou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário