sábado, 13 de março de 2010

Ilha de dor

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  Sempre momentos...

  ILHA DE DOR.     

Rosemary Amabile  
                                                                                         
  Qual ilha em abandono,
  arquipélago em agonia.
  Solo ingrato aos pés, a dor,
  areia movediça a engolfar-me 
  em suas entranhas.

  Oh dor de amor,
  onde te escondo?
  Quem mesmo disse 
  que nas faces eu trazia dor?
  Quem? Foi quem mais a trouxe.

  Por que expio?
  Diz-me estrela? Quem me responde?
  Que mal eu fiz?
  Vou clamar aos céus
  Que mal eu fiz 
  para estar assim danada?

  Um véu de pretensa aceitação 
  me cinge a face.
  Por que alguém inda se encanta 
  em meu sorriso?
  Meu sorriso é máscara que me ata!
  Lemúria, Atlântida! 
  Reverti o eixo terrestre!
  Mostrem-se! Quero submergir 
  tal continente de enganos!
  Quero enterrar-te!  
  Por que ainda suspiras 
  em meus ouvidos?

  Voz que vem perversa. 
  Que mais quer de mim?
  Tens mais a espoliar-me então?
  Não tens amor, não te enganes.
  Há vaidade, orgulho em ti. 
  Tua vida oca me procurou.
  Feriu-me a asa em pleno vôo. 
  Arremessou-me ao chão.
  Que faço a descoberto? 
  O peito sangra e dói.
  Dói e sangra.  Quero enterrar-te. 
  Contornar esse monstro, essa ilha.

  Não vás!  Não morra!
  Que louca estou!
  Ah!  Ódio, raiva onde estão?
  Vêm em meu socorro!
  Por que não acodem 
  a ocupar o espaço
  Expulsar o amor de em meu coração?

 

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