Sempre momentos...
ILHA DE DOR.
Rosemary Amabile
Rosemary Amabile
Qual ilha em abandono,
arquipélago em agonia.
Solo ingrato aos pés, a dor,
Oh dor de amor,
onde te escondo?
Quem mesmo disse
que nas faces eu trazia dor?
que nas faces eu trazia dor?
Quem? Foi quem mais a trouxe.
Por que expio?
Diz-me estrela? Quem me responde?
Que mal eu fiz?
Vou clamar aos céus
Que mal eu fiz
para estar assim danada?
para estar assim danada?
Um véu de pretensa aceitação
me cinge a face.
me cinge a face.
Por que alguém inda se encanta
em meu sorriso?
em meu sorriso?
Meu sorriso é máscara que me ata!
Lemúria, Atlântida!
Reverti o eixo terrestre!
Reverti o eixo terrestre!
Mostrem-se! Quero submergir
tal continente de enganos!
tal continente de enganos!
Quero enterrar-te!
Por que ainda suspiras
em meus ouvidos?
Por que ainda suspiras
em meus ouvidos?
Voz que vem perversa.
Que mais quer de mim?
Que mais quer de mim?
Tens mais a espoliar-me então?
Não tens amor, não te enganes.
Há vaidade, orgulho em ti.
Tua vida oca me procurou.
Feriu-me a asa em pleno vôo.
Arremessou-me ao chão.
Arremessou-me ao chão.
Que faço a descoberto?
O peito sangra e dói.
O peito sangra e dói.
Dói e sangra. Quero enterrar-te.
Contornar esse monstro, essa ilha.
Não vás! Não morra!
Que louca estou!
Ah! Ódio, raiva onde estão?
Vêm em meu socorro!
Por que não acodem
a ocupar o espaço
a ocupar o espaço
Expulsar o amor de em meu coração?
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