quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fui...




FUI... 


Rosemary Amabile


  Tu não sabes
  mas hoje tive que conter 
  palavras de íntima indignação,
  da vontade muita 
  de reduzir-te o tamanho,
  de conter teu costumeiro dano.

  Ah! Touro de curral,
  boi de açougue. Empacado!
  Por tua incúria
  perdeste minhas palpitações,
  os sonhos que sonhei por ti.
  Perdeste as palavras 
  que não mais te direi
  os desejos em que não mais 
  me incendiarei

  Sem lutas de igual, 
  de escolhas conscientes
  Sem “prazer” de ringue
  Fui eu o Touro, da tourada 
  de monstros na arquibancada.

 













  





  O Touro do sacrifício, da barbárie,
  com as carnes covardemente lancetadas,

  a debelar-me a força antes da luta,
  antes, da morte anunciada...





 Comentário: Com essa referência, quero registrar 
  meu protesto subentendido na poesia, 
  contra também qualquer sacrifício animal, 
  a pretexto de diversão de "seres humanos".     
  Até quando, oh Deus, o homem desejará 
  e permitirá as arenas sangrentas de dor 
  e medo?
  Refiro-me até mesmo àqueles espetáculos
  onde o animal que, para olhos cegos 
  aparenta ser o “astro”, sofre no mínimo
  muito estresse, muita coerção.  
  Verifique por exemplo como é a vida 
  de um animal de circo, fora da lona.  
  Por que então, 
  se não fosse assim um animal derramaria  
  lágrimas antes do rodeio?




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