FUI...
Rosemary Amabile
Tu não sabes
mas hoje tive que conter
palavras de íntima indignação,
palavras de íntima indignação,
da vontade muita
de reduzir-te o tamanho,
de reduzir-te o tamanho,
de conter teu costumeiro dano.
Ah! Touro de curral,
boi de açougue. Empacado!
Por tua incúria
perdeste minhas palpitações,
os sonhos que sonhei por ti.
Perdeste as palavras
que não mais te direi
que não mais te direi
os desejos em que não mais
me incendiarei
me incendiarei
Sem lutas de igual,
de escolhas conscientes
de escolhas conscientes
Sem “prazer” de ringue
Fui eu o Touro, da tourada
de monstros na arquibancada.
de monstros na arquibancada.
com as carnes covardemente lancetadas,
a debelar-me a força antes da luta,
antes, da morte anunciada...
Comentário: Com essa referência, quero registrar
meu protesto subentendido na poesia,
contra também qualquer sacrifício animal,
a pretexto de diversão de "seres humanos".
Até quando, oh Deus, o homem desejará
e permitirá as arenas sangrentas de dor
e medo?
Refiro-me até mesmo àqueles espetáculos
onde o animal que, para olhos cegos
aparenta ser o “astro”, sofre no mínimo
muito estresse, muita coerção.
Verifique por exemplo como é a vida
de um animal de circo, fora da lona.
Por que então,
se não fosse assim um animal derramaria
lágrimas antes do rodeio?
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