Uma homenagem àqueles que se dedicam ao cuidado
com os animais, seja ou não com um diploma.
Estava ao sol
um velho, olhando a vida
agitada a correr atrás,
atrás do que?
Enxugou a testa
e as rugas do rosto.
Esboçou um sorriso terno.
Complacentemente tomou sua pasta
e meteu-se em meio ao burburinho da vida.
Tomou a condução
que o levaria a mais um ponto distante.
Tantos e tantos anos a visitar pessoas
e tratar dos seus animais. Tantos.
Enquanto o ônibus rodava
lembrou-se de quantos rodaram em torno dele,
quantas vidinhas ele ajudou a manter.
Tratar dos animais era sua vocação.
Lembrou-se de sua vida
desde criança, moço,
o casamento, o trabalho, os filhos.
Como um filme a maturidade, a velhice,
e sempre os animais à sua volta.
Da janela o velho olhava a rua.
sentia-se muito cansado, mas tranqüilo.
Mesmo com todas as provações por que passara
sentia-se realizado,
porque ele amava o que fazia.
E assim como estava naquele momento,
sem se perturbar, sentado viajando,
sereno permaneceu.
sem se perturbar, sentado viajando,
sereno permaneceu.
O Visitante Infalível chegou,
entrou em seu peito e para sempre o levou dali
na sua mais longínqua visita, sem regresso.
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