Uma poesia minha para um dos aspectos do Arcano VII - O Triunfo, ou Carro, ou Carruagem, ou O Filho dos Poderes das Águas, ou O Senhor do Triunfo da Luz, etc.
Uma visão romântica (como o sou), mas adequada, pois nada mais difícil do que manter as rédeas do amor e da vida, quando nos lançamos em pelejas.
A conquista do número 7 é a conquista espiritual e nos templários, para a época, figuraram como uma personificação mais que adequada.
"Arcano VII"
Rosemary Amabile
Agora te vejo tão exato
e verdadeiro, meu cavaleiro.
Não sei por onde templário andavas,
que acendidas disputas
trouxeram-te medalhas.
Tão furiosas, mancharam-te
de sangue as mãos.
Que contraste! Aqui estás agora
qual jardineiro,
como se de flores e perfumes
vivesse a tua alma.
Em voz serena, palavras sedutoras,
será cantor ou poeta
a declamar-me amores?
Distingo em teu peito galardoado
uma bondade rara.
Apontando segurança e aconchego
teu peito me atrai,
se oferece a mim!
E te dás assim, tu te dás a mim?...
Herói que és, que fiz
para merecer-te?
Sem dons ou beleza a atrair-te,
por que a mim vieste?
Pergunto-me ao espelho.
Que graça tenho eu
para enredar-te?
E olho-te cavalgando
ao meu encontro,
embevecida, enternecida,
a alma em joelhos
a adorar tua aguerrida imagem.
Altaneiro Deus da Guerra.
Deus da Conquista
nas mãos não armas, mas rosas,
rubras como teus lábios
em sorrisos desmanchados.
E tão doces,
doces olhos a fitar-me,
a aquecer-me,
a tomar-me a alma pelo olhar.
E quando eu te conhecer,
quando a paixão da tua carne
finalmente se fizer em mim.
Ah, devaneios a inebriar-me,
frêmitos de sangue a ferver
nas veias,
segredos do meu corpo
sequioso por se entregar.
Que farei eu quando
outra guerra te chamar?
Que rival terei nesta amante
que te rouba do meu leito!
Como viverei sem ar!
E mais, que mais farei
se teu hálito de vida ela roubar?
E se distante... pensamento cruel
te afasta!
jazer teu corpo inerte,
oh, amaro cálice de lágrimas!
num campo de guerra perdida,
de perdida em sacro-ofício a vida.
Como te achar? Posso eu te achar?
Se eu vagar por entre despojos
de batalha,
em visões de purgatório
a procurar teu corpo.
A dor como mortalha,
minha alma morta...
Ah tormento! Nem sequer
toquei-te as mãos!
Que fantasma de tragédia é esse
a agourar-me?
Pensa na paz, abandona-te
a paz desse homem.
Aceita tornar-te dele a paz.
Planta e ama!
O eterno, o infinito é agora!
Outra? É mesmo? Essa é para minha gatinha...
Rosemary Amabile
Teu olhar de um lume claro
BRANCA
Rosemary Amabile
Teu olhar de um lume claro
amarelo, fixo, me fita.
A pupila mais se contrai,
A pupila mais se contrai,
e em fino risco
transporta a imagem
transporta a imagem
Hoje, vira-latas,
doméstica amada,
em busca de carinhos.
Ontem, deusa Bast
Ontem, deusa Bast
pelos egípcios venerada.
Ah! minha gata papagueia
cheia de falas,
cheia de miados
cheia de miados
em diferentes tons.
Nos enche a casa com pelos,
com teus cios, com tuas crias.
Nos diverte
Nos enche a casa com pelos,
com teus cios, com tuas crias.
Nos diverte
com tua felina independência,
mesmo ainda... carinhosa,
acolhedora e leal como um cão.
mesmo ainda... carinhosa,
acolhedora e leal como um cão.
Joga, salta e rola pelo piso,
como num jogo de botão.
Curiosa, tudo quer ver,
e todos os cantos a considerar:
- Que ninho bom este será?
como num jogo de botão.
Curiosa, tudo quer ver,
e todos os cantos a considerar:
- Que ninho bom este será?
Saberá ela que tem donos,
ou na verdade
ou na verdade
se sente dona de nós.
Caça impunemente
Caça impunemente
em jogos de arena, predadora
de "brinco, e como depois".
Diverte-se candidamente
Diverte-se candidamente
com suas desventuradas presas
em deseperadas
em deseperadas
e frustradas fugas.
Meiga, o dengo como passe,
conquista o colo das visitas;
sorrateira aninha-se
conquista o colo das visitas;
sorrateira aninha-se
debaixo de nossas cobertas,
ostensiva põe-se sobre
ostensiva põe-se sobre
nossos ventres,
aqui e ali a arrematar
tuas cotidianas
aqui e ali a arrematar
tuas cotidianas
18 horas de sono.
Quem dorme mais que um gato?
E quem pode deixar de rir,
mesmo se ralhar e te expulsar?
Quem dorme mais que um gato?
E quem pode deixar de rir,
mesmo se ralhar e te expulsar?
Queridinha te olho e pergunto
quanto tempo estarás conosco?
Quando te fores teu espírito
ainda conosco estará?
Mesmo que te levem
quanto tempo estarás conosco?
Quando te fores teu espírito
ainda conosco estará?
Mesmo que te levem
ao céu dos gatos.
quando leve como pena
um toque em minha face
quando leve como pena
um toque em minha face
me acordar
será tua pata,
será tua pata,
ou teu nariz a me cheirar?
Alertada por miado distante,
e sentindo a tua energia
e sentindo a tua energia
amorosa pela casa,
saudosa perguntarei:
saudosa perguntarei:
-Branca? Onde estás?
Comentário: A foto é da minha gata...
Comentário: A foto é da minha gata...
Nenhum comentário:
Postar um comentário