
Aqui Poesia, Tarô, Astrologia. Contate-me para cursos, para atendimentos presenciais em leitura de Tarô (1 1/2 hora) , ou via fone ou on line no Skipe, ou para composição de Mapas Astrológicos, Numerológicos, para a sua pesquisa em Florais ou Radiestésica: Rosemary Amabile - facebook. rosemary11amabile@gmail.com
sábado, 4 de dezembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Imagens
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Dedos rasgando vidros...
Ficaste assim
nas minhas imagens de ti;
produzindo emoções de dor,
medo e repulsa,
como um aperto no peito,
um arrepio a percorrer a espinha,
uma contração no rosto e no ventre.
Volte sobre teus passos,
mostre teu rosto
através de um puro cristal,
mostre teu ser verdadeiro.
Tire teu rosto detrás desses vidros
que distorcem,
tua imagem não é essa
que aumentaste,
tua imagem não é essa
que diminuíste.
Toma e trata as minhas mãos feridas
de rasgar esses vidros
que obscurecem a visão.
Trata da tua imagem.
Não venhas com um beijo
para minha boca,
basta que me toques a face,
e afastes esse fantasma
de olhos de vidro,
tua imagem, que me persegue
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Fui...
FUI...
Rosemary Amabile
Tu não sabes
mas hoje tive que conter
palavras de íntima indignação,
palavras de íntima indignação,
da vontade muita
de reduzir-te o tamanho,
de reduzir-te o tamanho,
de conter teu costumeiro dano.
Ah! Touro de curral,
boi de açougue. Empacado!
Por tua incúria
perdeste minhas palpitações,
os sonhos que sonhei por ti.
Perdeste as palavras
que não mais te direi
que não mais te direi
os desejos em que não mais
me incendiarei
me incendiarei
Sem lutas de igual,
de escolhas conscientes
de escolhas conscientes
Sem “prazer” de ringue
Fui eu o Touro, da tourada
de monstros na arquibancada.
de monstros na arquibancada.
com as carnes covardemente lancetadas,
a debelar-me a força antes da luta,
antes, da morte anunciada...
Comentário: Com essa referência, quero registrar
meu protesto subentendido na poesia,
contra também qualquer sacrifício animal,
a pretexto de diversão de "seres humanos".
Até quando, oh Deus, o homem desejará
e permitirá as arenas sangrentas de dor
e medo?
Refiro-me até mesmo àqueles espetáculos
onde o animal que, para olhos cegos
aparenta ser o “astro”, sofre no mínimo
muito estresse, muita coerção.
Verifique por exemplo como é a vida
de um animal de circo, fora da lona.
Por que então,
se não fosse assim um animal derramaria
lágrimas antes do rodeio?
domingo, 7 de novembro de 2010
O Veterinário
Uma homenagem àqueles que se dedicam ao cuidado
com os animais, seja ou não com um diploma.
Estava ao sol
um velho, olhando a vida
agitada a correr atrás,
atrás do que?
Enxugou a testa
e as rugas do rosto.
Esboçou um sorriso terno.
Complacentemente tomou sua pasta
e meteu-se em meio ao burburinho da vida.
Tomou a condução
que o levaria a mais um ponto distante.
Tantos e tantos anos a visitar pessoas
e tratar dos seus animais. Tantos.
Enquanto o ônibus rodava
lembrou-se de quantos rodaram em torno dele,
quantas vidinhas ele ajudou a manter.
Tratar dos animais era sua vocação.
Lembrou-se de sua vida
desde criança, moço,
o casamento, o trabalho, os filhos.
Como um filme a maturidade, a velhice,
e sempre os animais à sua volta.
Da janela o velho olhava a rua.
sentia-se muito cansado, mas tranqüilo.
Mesmo com todas as provações por que passara
sentia-se realizado,
porque ele amava o que fazia.
E assim como estava naquele momento,
sem se perturbar, sentado viajando,
sereno permaneceu.
sem se perturbar, sentado viajando,
sereno permaneceu.
O Visitante Infalível chegou,
entrou em seu peito e para sempre o levou dali
na sua mais longínqua visita, sem regresso.
Grito da Terra.
GRITO DA TERRA

Rosemary Amabile
Ouço o som, você ouve?
Surdo, imperceptível,
o som da terra, a voz de Gaia*.
O coração dela pulsa no meu Solar.
Pulsa essa vibração no meu ventre.
Que diz? Traduz esse compasso?
Sim, ele conclama.
Sutil, incita, reclama:
-Filho de quem você humano é?
-Filho da Terra, agora vá!!!
-Toma a bandeira e solta a voz!
-Solta a letra, faz a defesa!
-Não sou réu, sou vítima!
-Sou mãe dos filhos ingratos!
-Sou eu mãe Terra abandonada!
* Gaia, Deusa Terra.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Motocontínuo
Rosemary Amabile
Vem meu Sol!
Não há clorofila em mim sem tua luz!
No abandono, em lúgubre caverna
sem teu farol,
sem teu farol,
em meio a descoloridos seres,
de olhos cegos!
de olhos cegos!
Chamas a isto vida?
Vem minha Estrela!
Feri meus pés em fendas telúricas
sem tua luz a guiar-me.
E caí em trevas, onde seres abissais
levaram-me à loucura
com gemidos e ais.
com gemidos e ais.
Vem meu Anjo!
Valha-me do purgatório onde me agito!
Minha garganta bradou
um imaginado grito,
um imaginado grito,
amortalhado em eco surdo
sequer chegou ao teu externo sentido
Se mesmo assim não vens.
Se além da comoção
não te move o ímpeto.
não te move o ímpeto.
Então me olha! Me vês?
Então aí, do altar em que te assento
- meu Santo!
- meu Santo!
Põe teus joelhos ao chão em prece!
Pede por mim! Pede ao Pai!
Pede que desmemoriada eu fique,
pela caridade de começar
tudo novamente.
tudo novamente.
Sem passado, sem grilhões
aos meus pés atados.
aos meus pés atados.
Pede para me salvar desse labirinto!
Onde a cada quina
o Minotauro* me golpeia.
o Minotauro* me golpeia.
Já paguei o que de insano havia,
Deus o sabe!
Deus o sabe!
Mas por mim não consigo sair do ciclo,
pela minha vontade não venço o ritmo,
que me prende ao eixo
na Roda de Samsara*
na Roda de Samsara*
em viciado girar, moto-sem-fim,
a girar, girar, girar.
a girar, girar, girar.
Terminal à desconexa órbita
de pesado Hercólobus*.
Como epitáfio: “Nasceu satélite,
colidiu com inconseqüente Halley*
e um Buraco Negro* a sepultou”...
colidiu com inconseqüente Halley*
e um Buraco Negro* a sepultou”...
* Minotauro: ser mitológico, figura metade touro, metade humana, encerrado num labirinto onde lhe eram entregues jovens, em sacrifício.
* Roda de Samsara: símbolo indiano para representar o "ir e vir das reencarnações, o eterno movimento axial aprisionante do qual os homens somente conseguem se libertar pela emancipação espiritual.
* Hercólobus: citado em “Mensagens do Astral” obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. Trata-se de um “astro intruso”, isto é estranho ao nosso Sistema Solar, que compromete o movimento sideral da Terra pelo seu alto magnetismo.
* Halley: cometa que de 75 em 75 anos passa na órbita da Terra.
* Buraco Negro: região do espaço em que o campo gravitacional é tão intenso que nenhuma radiação pode escapar.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Cavalgada - poesia pela liberdade
CAVALGADA
Rosemary Amabile
o peito salta à frente
onde cabe a grande vontade
de montar em mim e disparar
sem freio, pela vasta planície da vida.
Cavalgar veloz a reaver
os tempos em que pasmada
fiquei a olhar minha vida
feito platéia de mim.
E feroz reaver
o personagem que não vivi.
o personagem que não vivi.
De tantas mortes mal feitas,
inacabadas mortes
que a vida fez em mim.
que a vida fez em mim.
Sobrei renascendo em feridas:
-Não rela que ainda dói!...
Desejo, de sair daqui, sair de mim!
Burlar esses arranjos que a vida fez.
Arranjos em que eu embarquei
qual viagem malfadada,
qual morte anunciada.
Ah! Alazão de mim queima o chão!
E larga atrás o pó dos cascos!
O pó dos arreios do passado.
Sorve pelas narinas a liberdade,
o aroma das quimeras, dos sonhos.
Arfa os pulmões plenos dessas nuvens
e campearás nos céus,
qual Pégasus* alado,
qual Pégasus tornado Constelação.
*Pégasus, da Mitologia Grega, cavalo alado transformado em constelação.
Em nome da devoção pelas criaturas do reino animal, as quais a cada uma devemos o respeito e o amor, de quem sabe que nos estão à mercê também e principalmente pela responsabilidade do trato que a elas nos cabem.
Não podemos esquecer que a Lei da Ação e Reação abrange o tratamento que dispensamos a qualquer dos seres vivos e a humanidade sofre aquilo que ela impinge aos demais. Basta olhar com olhos de ver, e sentir com o coração.
Está em nossas mãos ser também a voz em defesa da dor e sofrimento que vemos nos animais à nossa volta. Os cavalos que tão obedientemente servem em carroças, charretes e como montarias, muitas vezes puxando peso além do que a sua força suporta, somados ao pouco alimento e água à disposição, usualmente trabalhando a mais do número de horas que podem suportar com alguma saúde, à base de chicote e padecendo negligências de proprietários e de usuários quanto ao bem estar que lhes seria saudável.
Quando no turismo desfrutamos deles, somos coniventes com seus carrascos. Observe, critique, denuncie.
Um cavalo literalmente morre de dor com muita facilidade, mas muitos morrem porque quando doentes ou velhos e não servem mais, são abandonados em estradas à própria sorte, à própria dor...
domingo, 14 de março de 2010
Passagem
Sem mais palavras
para esta experiência específica...
PASSAGEM
Rosemary Amabile
Atende-me porteira
da larga – estreita porta.
Preciso urgente de notícias,
de recente passageiro
exonerado da vida, aportado.
exonerado da vida, aportado.
Corri aos seus despojos de carne,
em sonho louco de ouvir mais um suspiro,
o último, se despedindo.
Quem sabe, por Deus, uma palavra!
A carne inerte e muda,
em cores de dor me recebeu.
Na carne, escrita a agonia,
não havia precisão
de perguntar a ninguém o que se passou.
de perguntar a ninguém o que se passou.
Oh dor da passagem da larga – estreita porta!
Que preço cobras para abrir-te a paz!
Quem te permite ser tão mercenária!
Quem te vigia a corrigir teu julgamento,
a quem te reportas na graduação?
Não te faças de rogada! Nem respondas!
Quem esteve aí a recebê-lo, alguns eu sei.
E vejo a festa dos corações saudosos.
Vi-o partir daqui, bagagem leve.
No calvário da carne foi deixando o fardo.
A doença, seu verdugo por longos anos,
silício diário.
silício diário.
Meu irmão chegou aí de alma lavada,
não temo em dizer, não erro.
Cobro de ti, não tens coração!
Exageraste a mão nos tempos finais.
Querias o quê? Já estavas paga!
Queres acumular dores
no teu Banco das Desgraças.
no teu Banco das Desgraças.
Não importa mais! Nem respondas!
Não tens mais o que fazer, me esperarás!
Te esperarei... falar-te-ei de frente.
Cobrar-te-ei cada, que eu prantear no chão...
sábado, 13 de março de 2010
Ilha de dor
Sempre momentos...
ILHA DE DOR.
Rosemary Amabile
Rosemary Amabile
Qual ilha em abandono,
arquipélago em agonia.
Solo ingrato aos pés, a dor,
Oh dor de amor,
onde te escondo?
Quem mesmo disse
que nas faces eu trazia dor?
que nas faces eu trazia dor?
Quem? Foi quem mais a trouxe.
Por que expio?
Diz-me estrela? Quem me responde?
Que mal eu fiz?
Vou clamar aos céus
Que mal eu fiz
para estar assim danada?
para estar assim danada?
Um véu de pretensa aceitação
me cinge a face.
me cinge a face.
Por que alguém inda se encanta
em meu sorriso?
em meu sorriso?
Meu sorriso é máscara que me ata!
Lemúria, Atlântida!
Reverti o eixo terrestre!
Reverti o eixo terrestre!
Mostrem-se! Quero submergir
tal continente de enganos!
tal continente de enganos!
Quero enterrar-te!
Por que ainda suspiras
em meus ouvidos?
Por que ainda suspiras
em meus ouvidos?
Voz que vem perversa.
Que mais quer de mim?
Que mais quer de mim?
Tens mais a espoliar-me então?
Não tens amor, não te enganes.
Há vaidade, orgulho em ti.
Tua vida oca me procurou.
Feriu-me a asa em pleno vôo.
Arremessou-me ao chão.
Arremessou-me ao chão.
Que faço a descoberto?
O peito sangra e dói.
O peito sangra e dói.
Dói e sangra. Quero enterrar-te.
Contornar esse monstro, essa ilha.
Não vás! Não morra!
Que louca estou!
Ah! Ódio, raiva onde estão?
Vêm em meu socorro!
Por que não acodem
a ocupar o espaço
a ocupar o espaço
Expulsar o amor de em meu coração?
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